Resenha - Every Day

Sinopse: Every day a different body. Every day a different life. Every day in love with the same girl. A has no friends. No parents. No family. No possessions. No home, even. Because every day, A wakes up in the body of a different person. Every morning, a different bed. A different room. A different house. A different life. A is able to access each person's memory, enough to be able to get through the day without parents, friends, and teachers realizing this is not their child, not their friend, not their student. Because it isn't. It's A. Inhabiting each person's body. Seeing the world through their eyes. Thinking with their brain. Speaking with their voice. It's a lonely existence--until, one day, it isn't. A meets a girl named Rhiannon. And, in an instant, A falls for her, after a perfect day together. But when night falls, it's over. Because A can never be the same person twice. But yet, A can't stop thinking about her. She becomes A's reason for existing. So each day, in different bodies - of all shapes, sizes, backgrounds, walks of life - A tries to get back to her. And convince her of their love. But can their love transcend such an obstacle?

fonte: Skoob



Como vocês devem ter percebido, depois de muito tempo, li um livro inteiro em inglês de novo. Eu demorei muito mais tempo do que é normal para mim, o que é um sinal que eu preciso treinar mais minha leitura. Vamos começar primeiro com a história: A acorda em um corpo diferente todo dia. Garoto ou garota, alto ou baixo, popular ou não, a única constante é que sempre assume o corpo de alguém que tem a sua idade. Para que ninguém suspeite, A é capaz de acessar as memórias necessárias para sobreviver ao dia, até que ele mude de corpo, a meia-noite.

É uma jornada bem solitária e A se esforça para não criar conexões, para não sair dos trilhos com a vida daquele ser humano que ele está habitando. Até que um dia ele encontra a namorada do rapaz em que está habitando naquele dia: Rhiannon torna-se indispensável para A desde o primeiro instante que é vista e A se apaixona perdidamente por ela. Assim, dia após dia, Rhiannon se vê cercada por rostos diferentes, dizendo o quanto ela é especial e o quanto é amada.

"Eu me pego sorrindo enquanto ela se aproxima e ela sorri de volta. Simples assim. Simples e complicado, como a maioria das coisas são. Eu me pego procurando por ela após o segundo período e, de novo, depois do terceiro e do quarto período. Eu não posso nem controlar. Eu quero vê-la. Simples. Complicado."



Para começar, não tem como saber se A é um menino ou uma menina. Simplesmente vive diferentes vidas, uma por dia, sem se sentir estranho em nenhuma delas. E isso foi uma dos pontos que eu mais gostei no livro: o autor teve a oportunidade de tratar dos mais diversos assuntos num único livro porque a cada capítulo, ele podia descrever uma história completamente nova. David Levithan tratou de personalidades e histórias chocantes e polêmicas, especialmente considerando que todos tem mais ou menos dezesseis anos. Há envolvimento com drogas, há acidentes trágicos e um velório; há divergências religiosas e comportamentais. Há diversos casais homossexuais e não tem nenhum preconceito envolvendo isso -mesmo que Rhiannon ficasse um pouco sem jeito quando A assumia a forma de uma garota.

Quando esses dois se encontram, ambas as vidas tem uma reviravolta considerável, já que A para de se preocupar tanto com os corpos que está habitando e passa a viver mais em função do seu amor, enquanto ela tenta assimilar seus sentimentos por A, mas também a dificuldade que existe, pois eles podem acordar separados por milhas e milhas de distância e, queira ou não, ela nunca poderá ter uma vida normal se decidir acompanhar A; ela vai ter que ficar sempre esperando por e-mail, dizendo se naquele dia eles poderão se encontrar ou não.

Eu realmente achei toda essa fixação da parte de A um tanto massante e chata. Em alguns momentos, não conseguia respeitar o espaço dela e queria, de qualquer modo, que ela desistisse de tudo porque o amor que ela recebia deveria ser suficiente. É uma opinião muito pessoal, mas eu não gosto nenhum pouco dessa pressão diante de um caminho tão tortuoso e sem garantias. Porém, A não é um personagem que eu não gostei e muitos dos seus pensamentos são profundos e valem uma reflexão, pois como ele mesmo coloca, ele tem a possibilidade de conhecer muitos tipos de realidades e de adversidades. Quando perguntado qual a sua vida favorita, ele responde:

"Um vez, eu estava no corpo de uma garota cega. (...) Eu não sei se a vida dela foi minha favorita, mas eu aprendi mais com ela em um dia do que eu aprendi com a maioria das pessoas em um ano. Isso me mostrou o quão arbitrário e individual é a forma que experimentamos o mundo. Não apenas nossos outros sentidos são mais afiados, mas também encontramos formas de navegar o mundo, independente da forma em que ele nos é apresentado"



Eu perdi um pouco a vontade de ler lá pela metade do livro porque eu me senti um pouco perdida e parecia que aqueles capítulos não tinham tanto sentido. Mas quando o final foi se aproximando, tudo fica mais claro e os pensamentos de A acabam levando a um lugar, a uma meta. O final foi, para mim, maravilhoso e o único possível para a história ser ótima. A própria ideia em si já produzia uma curiosidade e David soube trabalhar bem com isso. Eu considerei o nível de inglês médio.
Para aqueles que não querem ler em inglês, os direitos de publicação foram comprados pela Galera Record e a publicação está confirmada para 2013.

Minha classificação final:

Coisas que talvez você queira saber

Autor: David Levithan;
Editora: Alfred A. Knopf Books for Young Readers;
Ano de Lançamento: 2010;
Páginas: 336



* Todas as traduções desse post foram livres e feitas por mim.

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